Mundo Extraordinário

   Nada irrita mais do que um olho irritado após um mergulho na praia ou na piscina.
   Bom, parece que esse não é um problema para os indivíduos da Tribo Moken, que vive no sudeste asiático, em uma área da costa oeste da Tailândia.
   Os Moken são considerados uma tribo nômade que vivem sobre as águas. Tendo hábitos de pesca fazendo parte de seu dia a dia.



   Essa tribo depende inteiramente do oceano, portanto, as crianças passam boa parte de sua vida
mergulhando em busca de alimentos, fato que gerou uma adaptação corporal dessas pessoas no ambiente aquático, fazendo com que sua visão debaixo d'água se tornasse praticamente perfeita, fazendo-os enxergar com perfeição nesse ambiente.
   Mas que incrivel adaptação é essa que tornou essas pessoas exímios pescadores no leito marinho?

- "Normalmente quando uma pessoa comum mergulha, tudo fica tão embaçado que o olho nem sequer tenta se acomodar, não é um reflexo normal. No entanto, as crianças Moken podem fazer ambas as coisas: podem fazer com que suas pupilas diminuam e mudam a forma do cristalino. As focas e os golfinhos têm uma adaptação similar."

Essas foram as palavras da pesquisadora Anna Gislen, da Universidade de Lund, da Suécia, para a BBC.  A mesma trabalhou por aproximadamente duas décadas com crianças Moken para chegar à essa conclusão.




   No mesmo estudo, foram feitos testes com crianças europeias por aproximadamente um mês, chegando a resultados incríveis.

- "Foi diferente para cada um deles, mas em certo momento sua visão simplesmente melhorou repentinamente. Perguntei se tinham feito algo diferente e me disseram: 'Não, mas agora posso ver melhor'."

   Após a publicação dos resultados para a revista Current Biology, Anna descobriu que a acuidade visual das crianças Moken, ainda assim, era muito melhor comparado às crianças europeias. Segundo ela, o motivo ainda não está bem claro, mas possivelmente tem a ver com o fato de apertarem suas pupilas para aumentar a profundidade das coisas.

   Através de um modelo matemático, Anna e sua equipe descobriram quanto se acomodavam os cristalinos para lhes permitir ver mais debaixo da água, e concluíram que as crianças Moken podiam fazer com que seus pupilas fossem menores e mudar a forma do cristalino para conseguir uma maior visão subaquática.



   E aí? ficou com inveja?